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O homem primeiro escreve, depois fala, depois curva-se e um dia subjugar-se-á ao poder da máquina

Atualizado: 30 de mai. de 2022

Desde que o Homem começou a viver em sociedade sentiu necessidade de comunicar com os outros e por isso, podemos afirmar que a evolução humana se fez em paralelo com a evolução da comunicação.


Primeiramente, o homem começou por imitar sons e imagens da natureza das mais diversas formas – através de gestos, pinturas, sons, etc… Mais tarde, com o surgimento das primeiras civilizações, nascem também os primeiros códigos verbais, cada povo passa a ter a sua própria cultura e, consequentemente a sua língua, a sua forma própria de comunicar. Com o despontar do século XX as novas tecnologias como a rádio ou a televisão permitem comunicar de forma mais ampla e diversificada, transformando por completo este conceito, e hoje temos à nossa disposição milhares de formas diferentes de comunicar. Aliás, este progresso fez-se de tal forma que, hoje em dia, somos quase incapazes de desconectar com o mundo, de desligar a luz do telemóvel ou de viver sem o ruído da internet ou das redes sociais.

“O homem primeiro escreve, depois fala (ao telefone) depois curva-se (sobre um computador) e um dia, hoje, subjuga-se por completo ao poder de uma pequena máquina”. É certo, como constatado anteriormente, que não é possível viver-se isolado do e no mundo, mas assistimos progressivamente a uma dependência extrema das novas tecnologias que se apoderam de nós e do nosso dia-a-dia. É certo que os novos avanços tecnológicos nos permitem chegar a mais gente, mais rapidamente, com mais eficiência; mas não será que ao tentarmos comunicar demais, comunicamos ainda menos? Estamos constantemente agarrados aos ecrãs e por isso muitas vezes esquecemos quem está ao nosso lado. Os nossos sons e gestos, a nossa voz, foi substituída pelos clicks das teclas de um qualquer computador ou pelos tap tap’s dos dedos no ecrã do telemóvel… A nossa presença foi substituídos pela imagem pixelizada de uma videochamada… Deixamos de comunicar, na sua verdadeira essência, com os nossos. Aos poucos, deixamos de ser nós a beneficiar e a controlar os meios à nossa volta para serem estes a tomarem conta do nosso quotidiano. De certa forma, estamos até a regredir a nível comunicacional (e consequentemente, social), como mostra o cartoon da primeira imagem em que a última personagem, agarrada aos tweets do telemóvel, se veste como a primeira - um “homem das cavernas”.

Por último, reforço que a existência e evolução da comunicação são inerentes à existência e condição humana. Contudo é necessário controlo sobre nós próprios para não sermos escravos deste novo mundo tecnológico.


Por: Luísa Capucho

*Texto escrito no âmbito da unidade curricular de Técnicas de Expressão de Português

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