A revolução dos Cravos foi, sem dúvida, um dos acontecimentos mais marcantes na História Portuguesa e hoje chega até nós através das histórias dos nossos pais e avós. Ainda assim, na História com H grande ficou marcado, ou melhor, registado, através da memória eternizada de uma lente, na fotografia.
Com certeza que muitos foram aqueles que a 25 de abril de 1974 saíram de casa de câmara na mão para fotografar o dia irrepetível em que a democracia chegou para triunfar e ficar.
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Contudo, as fotografias que realmente marcaram este dia da História são da autoria de dois homens: Alfredo Cunha e Eduardo Gageiro tiveram um olhar audaz e através da sua arma, a lente, defenderam e lutaram por um país mais livre.
É também através das suas fotografias que ainda hoje é possível viver uma democracia. Hoje olhamos para estes pequenos “vestígios de História” e podemos recordar todos os que estiveram presentes naquele dia a defender o poder da liberdade, todos os que, durante quarenta anos, condenaram, oprimidos, um regime autoritário.
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A fotografia também luta e consolida uma democracia. A fotografia reporta e mostra a realidade. A fotografia também fala. E através das fotografias de Alfredo Cunha ouvem-se os clamores e sorrisos de liberdade de um povo algemado por mais de 4 décadas.
A importância destes (e de outros) fotojornalistas mede-se igualmente pela dimensão simbólica que carregam muitas destas fotografias que chegaram até nós e que contam, sem som nem fala, a história de uma revolução pacífica e com sucesso.
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ALFREDO CUNHA: nasceu em 1953 em Celorico da Beira. Iniciou a sua carreira em 1970 e um ano depois já estava no Jornal da Amadora. Posteriormente, colaborou com os jornais O Século, Público e Jornal de Notícias. Foi fotógrafo oficial dos presidentes da República Ramalho Eanes e Mário Soares. Dedicou grande parte da sua obra ao registo fotográfico do 25 de abrill e à descolonização portuguesa.
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EDUARDO GAGEIRO: nasceu em 1935 em Sacavém. Foi na Fábrica de Loiça de Sacavém, onde era empregado de escritório, que teve grande contacto com pintores, escultores e operários, acabando por influenciar o autor na direção da sua carreira pela fotografia (e fotojornalismo).
Precoce, Eduardo Gageiro publicou a sua primeira fotografia no Diário de Notícias aos 12 anos, mas só em 1957 (com 22 anos) é que inicia a sua atividade como repórter fotográfico no Diário Ilustrado. Para além deste jornal, Eduardo Gageiro colaborou também com O Século Ilustrado, Eva, Almanaque, Match Magazine, revista Sábado, Deustche Gramophone, Associated Press (Portugal), Companhia Nacional de Bailado, Assembleia da República e Presidência da República. Atualmente, aos 88 anos, ainda trabalha como freelancer.